Comecei as aulas esta semana e já tenho de ficar no computador a pesquisar não sei o quê para o trabalho não sei quantas para a cadeira não sei quê! Ainda agora as férias acabaram e as praxes aos caloiros começaram... enfim! Vida de estudante de enfermagem minha gente!
Hoje nem consegui ver o telejornal, nem a série "Everybody hates Chris"... Li apenas o Destak a caminho da faculdade, o meu eterno companheiro das manhãs no comboio da Fertagus, destino Setúbal/Coina - Arreiro! Depois de ler o meu signo, lá vai a Isma ler a Crónica "Instantes" da Luísa Castel-Branco, cujo título hoje era "Amo-te"... Fiquei também eu tentada a gritar Amo-te, mas achei que aquela minha atitude seria própria de quem ainda só tinha comido um pão de Deus com fiambre (comprado na estação, que me custou os olhos da cara =/), por isso redimi-me à minha insignificância naquele comboio e fingi que estava sozinha, logo não valeria a pena dizer porque ninguém me iria ouvir! Ou será que iria?
"Sei que não o digo há muito." era como começava a crónica da minha querida Luísa! Sim, na verdade, "Amo-te" é coisa que muitos de nós pouco dizemos! Não sei se será o peso da palavra em português, mas é sempre muito mais fácil dizer Adoro-te ou então "Luv u" em inglês!
"Sei que tenho razão e que não falo, mas todos os homens são assim." Ok! Todos os homens têm dificuldade em dizer Amo-te com alguma frequência ou será que todos os homens sabem quando têm razão e não dizem quando sabem que têm razão? Eu acho que muitos homens têm dificuldade em dizer "amo-te", assim como muitas mulheres o têm. Descobri foi que quando os homens sabem que têm razão não falam sobre essa sua certeza... Pelo menos, segundo a Luísa Castel-Branco é assim!
Bla bla bla pardais ao ninho, até que no meio da crónica "Mas Amo-te. E peço-te desculpa pelos meus silêncios, por não ser aquilo que tu sonhavas." Adoro a parte em que o Amo-te é usado para pedir desculpa por tudo. Apesar do que este Ele da crónica disse à Ela, sua mulher, que consistia principalmente em falar do casamento deles, ele remata com o "Mas Amo-te", que é o mesmo que dizer "Olha, não te esqueças que te amo tá? Mesmo depois de ter falado do nosso casamento e de não teres gostado de algo que ouviste, eu amo-te tá?" É quase uma maneira de pedir desculpa, de se redimir, depois de ter dito coisas que acha que a mulher não vai gostar de ouvir. Acho que isto sim é próprio dos homens! E, logo a seguir, para enfatizar o pedido de desculpa "peço-te desculpa pelos meus silêncios, por não ser aquilo que tu sonhavas". Sim! Somos sempre nós, mulheres, as eternas sonhadoras, aquelas que têm sempre expectativas sobre um casamento ou sobre uma relação a dois... Gostava de saber se também os homens não pensam sobre as relações, se também não sonham... Acho que nunca li num livro uma mulher escrever uma carta para um homem e dizer "Desculpa por não ser aquilo que tu sonhavas...". Com a palavra "sonhavas"? Hum, acho que não mesmo! (as se alguém já tiver lido que me diga que eu quero ler esse livro!)
E o "Amo-te" da Luísa Castel-Branco terminou insípido, dando à pessoa que lê a sensação de que ainda havia muito mais para dizer, que aquilo era pedaço de um livro. De qualquer maneira, acho que o que importava ali era mesmo o "Amo-te", o título, a letras garrafais e a negrito! Independentemente do texto em si, talvez o objectivo fosse suscitar nas pessoas a tentação, a necessidade, o prazer de dizer "Amo-te" fosse a quem fosse.... Porque o Amor tem mil e uma formas de ser expressado, tem mil e uma definições...Porque talvez este Amor com A grande seja do tamanho do mundo, onde tudo cabe, mesmo se não soubermos que o que estamos a colocar lá dentro seja digno de ser classificado como "Amor"
E porque também eu fiquei tentada, hoje termino de maneira diferente!
*Amo-vos*
P.S.: Que o sexo masculino me desculpe pelas críticas feitas! Eu nem sempre sou assim!;)