segunda-feira, junho 25, 2007

Fala comigo

Fala comigo.
Fala comigo e diz-me que não foi em vão, que nada foi em vão. Diz-me que não nos conhecemos e nos tornámos amigos por nada e para nada. Diz que reconheces que me magoaste, aquela dor que, por mais que me tenha doído, eu acabei por converter em flocos de amor, como sempre faço.
Diz-me que não há nada de especial em mim, mas que me amas sem saberes bem porquê. Que não fui a primeira, que não fui a única, mas que agora o sou. Fala comigo.
Diz-me que, tal como eu, tu também te apaixonaste por mim. Eu não preciso de uma carta de amor nem sequer de uma rosa. Eu não preciso de meias-palavras. Quero apenas uma palavra, sem rodeios, sem o medo de te vires a arrepender Amanhã.
Fala comigo e diz-me, mesmo que não seja nada disto que queiras dizer...Fala comigo e diz-me, porque é difícil voltar depois de já se ter saído...
Comboio Setúbal - Roma-Areeiro, 25 de Junho de 2007

terça-feira, junho 19, 2007

Posições Primárias

O vendedor de livros de Alvalade

Todos os dias no meu caminho para a Faculdade o vejo. É alí, em Alvalade, que ele está, sentado num banco encostado à parede de uma casa. Chamo-lhe o vendedor de livros mas, na verdade, ele não os vende. Aliás, todos os dias lá passo e nunca vi ninguém ali parar, nunca eu ali parei. E mesmo aqueles que apanham um autocarro na paragem mesmo em frente à banca dele não o vêem. Nem as poucas pessoas que devem ir ao cabeleireiro da casa com a parede onde ele se encosta o vêem. Ninguém o vê e poucos o devem ouvir. Mas, mesmo assim, ele continua alí. Faça Sol, esteja nublado ou mesmo que chova, ele continua alí, sentado no seu banco, com a perna cruzada e a calça de ganga vestida. Ele continua alí, impávido e sereno, à espera que alguém passe e resolva comprar um livro, um daqueles bem antigos que provavelmente se encontrarão numa Bertrand ou numa Fnac em muito melhor estado.
Quem passa por este velho vendedor de livros, passa e fica com ele. Fica com ele no pensamento pelo olhar triste de quem está só, pelo olhar triste de quem parece que vive só e, também pelo olhar triste de quem tenta viver daquele ofício. Fica no pensamento por nos fazer pensar que a solidão existe e que, quando chegarmos à velhice, não queremos ser mais uns, sentados num banco com a perna cruzada, tal e qual o vendedor de livros de Alvalade, à espera que alguém passe, olhe e resolva comprar-nos um livro.
Há dias em que vejo este velho vendedor de livros a chegar e montar a banca de livros, sem saber de onde vem. Outros, quando vou para casa, vejo-o a ir embora, sem saber muito bem para onde vai. E pensar que também eu, por vezes, não sei onde vou, faz-me querer não ir por onde ele vai. Porque a minha vida não quer acabar na solidão da Lisboa Chique, com gentes a passar pela calçada e a irem embora. Isto, isto eu tenho a certeza.

quinta-feira, junho 14, 2007

Há dias assim, em que chove lá fora e nós estamos cá dentro...

quarta-feira, junho 13, 2007

Não seria boa ideia responderes? Tu sabes que o silêncio é a pior de todas as respostas que nos podem dar e, apesar dos outros te fazerem o mesmo, não significa que tu o faças! Lembra-te "What goes around, comes all the way back around" e um dia, quando precisares, talvez já não tenhas Aquela pessoa ao teu lado como pensavas que tinhas...
Responde!... Nunca é tarde!

domingo, junho 10, 2007

Is she the reason?

I Thought That This Was Something
Promising That One Day
It Would Turn Into Something
I Thought The Feelings Were Mutual
And I Didn't Have To Guess
Started Being Skeptical
Always Unavailable
Like You Didn't Know
But Now I'm Feeling Something
It's Telling Me This May Not Be The Real Something
But You Was Showing Me
Now I'm Ready And You Running
Damn You Got Me Open Now
Feeling Like I'm Choking Now
Where Am I To Go?
I Can't
Believe The Way That You Can Feel My Heart
And I Can't
Believe The Way You Make Me Fall So Hard
Stop Playing
How Could You Let It Go This Far?
If You Had Doubts That I Wasn't The One
And You Said
That You're The Type To Take It Slow
And You Said
Before I Step I'll Let You Know
Stop Playing
Before You Let Me See You With Her
You Could Have Told Me A Change Was Going To Come
Is She The Reason You Don't Call Like You Use To?
Fall Through My Hood Like You Use To
Or Put It On Me Hard Like You Use To Do
I Feel In My Mind What's Going On
But My Heart Won't Let Me Go Until I Know
Is She The Reason That My Calls Didn't Reach You?
The Deepest Of My Love Couldn't Please You
Or Bring It To Me Home Like You Use To Do
Seeing Her Falling For Your Charm
Got Me Feeling Like I Wasn't Good Enough
See I Know We Not Official
But Us Being Official Ain't Never Been An Issue
It Came Down To Us
Boy Remember We Were Different
We Said That We'd Talk
If We Ever Had Problems About Anything
I Was Cool With No Commitment
Let Me Take That Back
It Was You, So I Was With It
Guess I Didn't Get
When You Showed You Didn't Miss It
Now It Seems That Your Interest Ain't Here
And we Ain't the Same
Destiny's Child - Is she the reason? - Destiny Fullfilled

sábado, junho 09, 2007

sexta-feira, junho 08, 2007

Neura viciante

Vou aqui sentada, nesta cadeira azul sem vista para o mar. À minha volta estas gentes pintadas de cinzentos, de cores escuras, tal como o tempo que faz hoje. Mangas curtas, mangas comprimidas, sapatos fechados e sandálias, gentes que lêem o jornal para poderem debater o assunto "o país em que vivemos", outras que se maquilham porque o patrão gosta mais assim e podem ser promovidas. Andamos todos sem dinheiro! Depois há os viciados, aqueles que duas estações antes já tiraram um cigarro e um isqueiro e o colocaram no bolso do casaco. É a merda do vício. E no meio de todos estes estou eu, também viciada, mas não num vício que me faz colocar o cigarro na boca no exacto momento em que ponho o pé fora do comboio. Antes fosse! Este meu vício é pior. Vai-me matando sem eu me dar conta, sem ter a prova numa "fotografia aos pulmões". Vai matando, uma vez, e outra vez, e mais outra. Mas esta morte, esta morte é por gosto e com gosto porque sabe bem morrer.
O meu vício é um vício talvez igual ao teu. É o vício do amor. É este vício que me consome as 24 horas do dia e que, no final destas, me faz querer ter outra alma para poder morrer de novo. A verdade é que o amor dói, mas ainda não existem medicamentos para esta dor, pelo menos aqueles que o médico nos pode prescrever. E quanto mais minutos passo nesta vida, mais tenho a certeza que o amor com amor se cura.
Hoje venho neste comboio com destino a Roma-Areeiro, com a neura, a neura especial de uma 6ª feira, aquela que não me deixa acreditar por momentos. Mas eu continuu a saber o que quero! Quero este vício, quero este vício com tudo o que tenho direito. Quero-te e é por isso que vou continuar a andar na estrada que me leva a ti.

quinta-feira, junho 07, 2007

"(...) O amor não é cego. Qualquer tipo de amor, por muito que o digam os poetas, não, não é cego, nem surdo e, por isso mesmo, damos a quem amamos, o poder de nos magoar. Uma, e uma, e outra vez.(...)"
Luisa Castel-Branco in Instantes, Destak

segunda-feira, junho 04, 2007

Seis e seis

Hoje cheguei a casa e apeteceu-me ler algo que enchesse a minha alma, algo que enchesse a alma que despejo com a música que ouço. Encontrei aquilo que procurei. Chama-se "Seis e seis" e é um texto da Margarida Rebelo Pinto. Eu sei que às vezes é chato lermos posts tão extensos, mas este valeu a pena ser colocado. Valeu a pena ter sido lido porque agora, de alma vazia, estas são as palavras que eu diria...
Seis e Seis
"Tu olhas para uma pessoa, uma pessoa que sabes que não é uma pessoa qualquer, porque o teu olhar fixa-se nela e quando ela olha para ti e sente o mesmo que tu, sentes que alguma coisa vai acontecer. Não sabes nada ainda, mas intuis, intuis com os teus sentidos, com o teu corpo e às vezes com o teu coração que aquela pessoa pode ter qualquer coisa para te dar, que não sabes o que é, mas sabes que um dia vais descobrir e que esse dia pode ser nesse momento, e é então que tiras os dados do bolso e os lanças para cima da mesa.Quando nos interessamos por alguém, nunca sabemos no que vai dar. Lançamos os dados como quem os deixa cair quase por acaso e muitas vezes nem queremos saber quanto deram: um e um, dois e quatro, três e três, cinco e dois, é sempre um mistério, porque a sorte também manda na vida, manda mais do que queríamos e menos do que gostávamos, por isso desconfiamos dela sempre que nos é favorável, mas aceitamos as suas traições como a ordem natural das coisas, por mais absurdas que sejam.Os dados caíram quando levantaste o copo e eu vi no chão seis e seis, vi-te a apanhar os dados e a rir, ouvi a tua voz e quando começámos a conversar, percebi que os dados estavam certos.Gostamos de tudo um no outro; eu gosto da tua casa, da tua música, da tua forma desligada de olhar para o mundo, tardes inteiras a repetir em stereo os melhores sketches do Gato Fedorento, os passeios à beira mar de camisola de lã com capuz, as polaroids com legendas e a forma como te divertes com tudo o que te rodeia. E tu gostas da minha alegria de viver, do meu sarcasmo cirúrgico, de dizer sempre tudo o que penso, sinto e quero, mesmo quando não estás preparado para me ouvir. Eu gosto de te conhecer e de te perceber, porque és diferente dos outros homens e tu gostas que eu te entenda melhor do que as todas as mulheres. E gostamos de estar um com o outro; à mesa, em casa, com amigos, sem amigos, com sono, sem sono, mas sempre perto quando estamos perto, mesmo que fiquemos longe quando nos afastamos.Acredito que todos temos direito a ter sorte e que, quando alguém aparece na nossa vida de repente, ou é porque nos vai fazer bem ou é porque nos pode fazer mal. E eu vi-te com bons olhos desde o primeiro momento, achei que me ias ajudar a limpar a tristeza, que a tua presença quase imperceptível na minha vida seria como um bálsamo, uma música perfeita e harmoniosa, um dia ao sol, ou uma noite em branco, daquelas que nos fazem pensar que a vida está cheia de surpresas boas e que vale mesmo a pena estar vivo, só para as saborear.Tu foste e és tudo isto, e ainda mais agora, que somos amigos; entre nós não há pesos nem amarras e o silêncio não quer dizer ausência, apesar da ausência reinar nos nossos dias.Quando lançamos os dados, nunca sabemos no que vai dar; tu podias ser um assassino encapotado e eu uma neurótica disfarçada, mas tivemos sorte, porque somos duas pessoas normais, com coração, e dois ou três princípios que nos fazem estar bem com a vida e com os outros.Só tenho pena de não ser dona do tempo, porque houve momentos que, se pudesse, teria vivido mais vezes ou mais devagar, como quem saboreia um chá de menta, ao fim da tarde, no largo da Igreja a ouvir os sinos. E como escrever é a melhor forma de falar sem ser interrompido, digo-te agora e sem rodeios, fica comigo mais uma vez, vem rir do mundo e adormecer nos meus braços, abrir o teu coração e sonhar acordado, vem ter comigo hoje, porque eu quero lançar outra vez os dados e aposto que vai dar seis e seis outra vez, porque os dados nunca se enganam e a amizade é o amor sem preço e sem prazo de validade." Margarida Rebelo Pinto, 15 de Junho de 2005

domingo, junho 03, 2007

She tears you down darlin
Says you're nothing at all
But I'll pick you up darlin
When she lets you fall cause
You're like a diamond
But she treats you like glass
Yet you beg her to love you
But me you won't ask
Alicia Keys - If I was your woman

sábado, junho 02, 2007

Deves estar a chegar...

Hoje, como todos os dias quero-te junto a mim. Ainda temos muitas linhas de vida para escrever, mas tu foste embora. Tu deixaste-me aqui, sozinha entre estas 4 paredes que fazem a minha casa, um castelo que deixou de ser encantado. E quando hoje me dizem que podes voltar, abro as janelas que existem nestas 4 paredes onde estou. Abro todas, com medo, mas abro. E espero pelo momento em que a noite vai acabar e o sol vai nascer. Espero por aquele momento em que posso ver, deitada na minha cama, o sol a entrar pelas janelas que eu abri. E espero que o tempo passe...
São 10 da manhã e já era tempo de eu ver o sol a entrar pelas minhas janelas. Já era tempo destes raios de sol entrarem e de tu bateres à minha porta a dizer "Voltei!". Mas a lua cheia da noite anterior continua e tu não bates à minha porta. Tu, afinal, não voltas-te. E eu, na cama, viro-me para outro lado e durmo mais um pouco, mas só até às 11...