A minha cabeça tem sido um fervilhar de pensamentos, um turbilhão de ideias e pensar em ti tem ocupado pouco desse espaço, é verdade. Mas é verdade também que isso não significa que és menos importante para mim. E se hoje que chego a casa às 9 horas da noite pudesse pedir um desejo, sei o que pediria. Queria que estivesses cá, e quando digo cá não quero com isto dizer dentro do meu coração, porque isso estás e talvez sempre estarás. Queria que estivesses cá, aqui, comigo, com um jantar à luz das velas e música ambiente, com uma rosa vermelha ou amarela no centro da mesa pequena. Queria um pedaço do tempo contigo, aquele pedaço de tempo que eu sei que iria parecer a verdadeira eternidade. Ver o teu olhar tranquilo depois de chegar a casa quase que vencida pelo cansaço, a tua serena presença numa noite suave onde o frio paira lá fora...
Mas tu não estás. Tu não estás e não existem jantares à luz das velas nem música ambiente. Não existem rosas vermelhas amarelas no centro da mesa pequena. Não existe sequer um único pedaço do tempo contigo e ver o teu olhar tranquilo, a tua serena presença não faz parte do teatro da minha vida. Por isso, o vento que paira fora destas 4 paredes antecipou-se. Preferiu levar os meus pensamentos, as minhas memórias. O vento, pescador de sonhos, quase que preferiu levar-te do meu coração...mas tu continuas cá.