É esta incerteza que me percorre. É o medo. É a certeza de que raramente os momentos se repetem e de que podemos fazer no segundo aquilo que não fizémos de bem no primeiro. É a certeza de que és quem eu não sabia que eras, mas que no fundo sempre quis que fosses. É a incerteza se serás ou não quem eu, às vezes, não gosto que sejas. É a certeza de que, para além de puderes ser uma possivel alma gémea, teres as asas de um pássaro, daqueles que emigram, mas que no outro dia estão de volta. E pergunto-me: como podes ter tu asas de pássaro e não o ser? Como podes tu não ter alma de pássaro? Não tens! Se tivesses eu não teria a certeza de que és quem eu não sabia que eras, mas que sempre quis que fosses.
Estou assim.
É esta incerteza que me percorre. Cada palavra que ouço, cada palavra que é sussurada nesta melodia, cada palavra que se cola nos meus ouvidos faz-me lembrar que foi possível, quando eu própria, por vezes, me esqueço. Ela é a resposta certa para a minha incerteza. E é ela que me dá a certeza de existirem momentos em que não sonhei, de existirem momentos em que fui 80 e de que a vida, às vezes, pode ter momentos como os livros de estórias para crianças. É ela que me dá a certeza de que podemos e conseguimos esquecer tudo o que está à nossa volta e transformar uma hora e meia numa eternidade.
Estou aqui "and in my past you're in the other side of the glass of my memory's museum. I'm just saying: Hey! Come home! You know I can't Rome without Caesar".
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