Há momentos da nossa vida em que não sabemos o que fazer, em que não sabemos que caminho tomar. Nestes momentos, paramos. Paramos para pensar seriamente no próximo passo, para pensar nos prós e nos contras, para pensar no que vamos ganhar mas, também, no que podemos perder. Usamos a balança e os dois pratos que nela existem.
Há momentos da nossa vida em que os dias parecem correr, o tempo parece passar e nada muda. Ao nosso pensamento não emana nenhuma decisão. E nós continuamos a querer pensar para não agirmos em vão, para não nos arrependermos, mais tarde, de decisões tomadas no calor do momento e pela pressão com que nos exigem que as tomemos.
Há momentos da nossa vida em que nós, apesar de sabermos que aquilo que queremos não tem futuro, não nos queremos desprender dessas mesmas coisas. O mesmo acontece com as pessoas…
Tomar decisões é difícil. Mudar de vida é difícil. Ter a capacidade de dizer que Sim a algo que queremos e dizer Não àquilo que também queremos, é difícil. Ter a capacidade de colocar a nossa vida profissional à frente da nossa vida pessoal e amorosa e do que sonhámos viver, é difícil.
Gosto de tomar decisões em vão, é verdade. Sempre gostei, mas acho que isso fazia parte de uma juventude. Hoje sou, mais do que nunca fui, confrontada com o sentido de responsabilidade, com o sentido de tomada de decisão. Sou confrontada com a minha completa autonomia para saber aquilo que quero e o que não quero, para pensar no futuro e dizer, hoje, ‘isto não me faz feliz’ ou ‘isto faz-me feliz’.
Tenho 21 anos e acho que nunca fui tão adulta como o sou agora. Dou por mim a dar conselhos a uma amiga minha de 11 anos sobre as saídas nocturnas e os jovens de hoje. E ela, com a sua ainda inexperiência de uma adolescência que está prestes a ser vivida diz-me “pareces uma velha a falar quando dizes ‘eu já tive a tua idade’”. É verdade! Pareço uma velha porque sou mais velha do que ela, porque já vivi mais coisas na minha vida do que ela. Hoje, compreendi o que ela quis dizer com o “pareces uma velha”… Foi o mesmo que dizer-me que eu já era uma adulta, não tanto como a mãe dela, mas já falava como a mãe…
Há momentos da nossa vida em que, quando não sabemos o que fazer, nem que passo ou caminho tomar, não é por querermos deixar que as coisas corram e fluam ao natural. É simplesmente porque somos adultos e, como todos os adultos, pensamos antes de agir.