As luzes apagaram-se. Lá de baixo olhei cá para cima e vi este céu estrelado que nunca tinha percebido que Lisboa também tinha. Pensei que era só lá no Alentejo que se olhava cá para cima e que o viamos. Enganei-me. Aliás, fui enganada. E naquela altura em que, lá de baixo, olhei cá para cima, senti aquela vontade súbita de agarrar uma estrela e trazê-la para a minha casa, aquela casa no cume de uma montanha onde ao longe vejo o mar e o pôr-do-sol e os prédios da Costa da Caparica. Na verdade, aquela minha futura casa nos Capuxos, que eu própria desenhei, o meu castelo, que eu própria ergui, a minha cabana, que eu própria construí. O meu eterno refúgio da cidade lá de baixo. Sonhos? Sim! Sonhos!... Loucuras? Parvoíces? Coisas que nunca acontecerão? ... Não! Com 19 anos aprendi que há sonhos que se podem tornar realidade. Foram precisos 19 anos, mas eu cheguei lá. (Só espero que vocês tenham chegado mais cedo!)
Ontem as luzes apagaram-se. Lá de baixo olhei cá para cima e vi este céu estrelado que nunca tinha percebido que Lisboa também tinha. Olhei para este céu estrelado e quis perguntar-lhe onde estavas? Perguntei-lhe. Ele não me respondeu. Nem uma única estrela piscou no céu estrelado como resposta à minha pergunta. E agora, agora sem estrelas neste céu, ainda, pergunto a quem onde estás? A ninguém porque só tu sabes onde estás. Só tu me podes dizer onde estás. E se não estás no meu coração, aqui, comigo, custa-me pensar se estás em mais algum... Pensar dói.
Sinceramente, depois de ter escrito isto, não consigo arranjar a moral da história como nos livros infantis. Que cada um de vocês aproveite para si o que acha que deve aproveitar, que cada um interprete o que acha que deve de interpretar, que cada um de vocês arranje a moral que acha que deve de arranjar... E se não arranjarem moral da história deixem estar. Preocupem-se mais com a pergunta que vão fazer quando as luzes se apagarem e virem o céu estrelado. Porque sempre que as luzes se apagam, há sempre um céu estrelado...
Love,
Isma
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