A minha mana um dia disse-me "Não vás com demasiada sede à fonte Isma" e eu respondi-lhe "Ok!". Não sei se a frase era dela, se de outra pessoa qualquer, mas gravei-a na minha mente. Ouvi o que ela me estava a dizer e interiorizei. O problema é que interiorizei mal. Dias depois percebo que talvez tenha ido "com demasiada sede à fonte". "Já sabes qual é a minha opinião Isma...". Sim, é verdade, eu sabia qual era a opinião dela, cujo nome não vou pronunciar, mas naquele momento era mesmo aquilo que eu queria fazer... e fiz! Sabia que a minha mensagem dentro de uma garrafa verde iria ser atirada ao mar e não iria voltar. A minha mensagem dentro de uma garrafa verde iria navegar, à deriva, mas eu não pensei e fiz realmente aquilo que queria: Atirei-a ao mar! Não me arrependo. Ontem não me arrependi, hoje também não me arrependo. A garrafa verde não voltou com uma resposta à mensagem que eu mandei dentro dela, mas não faz mal. Sei que fui com demasiada sede à fonte e sabia também que a água podia ser imprópria para beber, mas mesmo assim tentei. Tentei porque não me queria arrepender, no Futuro, do que não tivesse tentado, como já me arrependi no Passado.
Hoje, nesta manhã de Domingo, enquanto estava deitada na minha cama, percebi que era tempo de continuar em frente e deixar a fonte para trás. Talvez a água, Hoje, seja imprópria para consumo e, Amanhã, já a possa beber. Mas hoje, na minha cama com a minha eterna confidente percebi, por fim, que tenho de seguir em frente. Não vou à procura de outras fontes para beber água, embora esteja com sede. Para beber água de alguma fonte é preciso gostar-se da fonte e da água que se está a beber e estou a deixar para trás Aquela fonte. O Futuro é uma caixa de surpresas, onde a vida, o eterno boneco dentro da caixa, dá voltas, mais voltas do que aquelas que nós imaginamos. Quiçá, um dia, encontrarei, de novo, esta fonte no meu caminho. Pode ser que este meu desejo, encoberto por uma possibilidade, se concretize...
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