Fala comigo.
Fala comigo e diz-me que não foi em vão, que nada foi em vão. Diz-me que não nos conhecemos e nos tornámos amigos por nada e para nada. Diz que reconheces que me magoaste, aquela dor que, por mais que me tenha doído, eu acabei por converter em flocos de amor, como sempre faço.
Diz-me que não há nada de especial em mim, mas que me amas sem saberes bem porquê. Que não fui a primeira, que não fui a única, mas que agora o sou. Fala comigo.
Diz-me que, tal como eu, tu também te apaixonaste por mim. Eu não preciso de uma carta de amor nem sequer de uma rosa. Eu não preciso de meias-palavras. Quero apenas uma palavra, sem rodeios, sem o medo de te vires a arrepender Amanhã.
Fala comigo e diz-me, mesmo que não seja nada disto que queiras dizer...Fala comigo e diz-me, porque é difícil voltar depois de já se ter saído...
Comboio Setúbal - Roma-Areeiro, 25 de Junho de 2007