Imaginem-se sentados num banco de uma paragem de autocarro, à espera do autocarro que vem de Cacilhas, e onde a única coisa que vocês querem é que ele chegue depressa para poderem chegar o mais rápido possivel a casa. Com vocês, estão mais não sei quantas pessoas, também à espera do mesmo autocarro, ou de outro qualquer. Estão acompanhadas, mas sentem-se sozinhas. Além de não conhecerem nenhum dos seres ali presentes, estão sozinhas no vosso pensamento, embora, de vez em quando, tenham de lhe pôr o pause porque uma das senhoras de idade que está sentada do vosso lado direito, resolve dizer para o ar, em tom de pergunta, que o autocarro para não sei onde "deve de tar aí a chegar...", o que significa perguntar se Aquele não é o autocarro para onde ela quer ir...
A tarde está no início, as pessoas acabaram a sua hora de almoço e estão a voltar para os seus respectivos trabalhos (e vocês, em vez de estarem a ter aula de Anatomia, acabaram de faltar!), o que significa que a rua tem quase o mesmo aspecto que num fim de tarde dum qualquer dia da semana, com a única diferença que a esta hora ainda é dia.
Olham para o outro lado da estrada e vêem uma pessoa. Vêem essa pessoa e, no vosso pensamento, por associação de ideias, lembram-se de outra pessoa... 1001 recordações fluem no vosso pensamento... até que vocês chegam à conclusão que aquelas 1001 recordações já fazem parte do padrão do "nada agradável de ser pensado a estas horas do dia" , e que estão a queimar as energias que adquiriram no almoço. Resolvem então deixar essas recordações para mais tarde. Pensam em pensar numa qualquer outra coisa, até que, quando olham para a estrada, vêem a passar, mesmo à vossa frente, uma carrinha, daquelas que transporta mercadorias, com o nome da pessoa que vocês estavam a pensar... Curioso não é?
Agora imaginem que essa pessoa que vocês acabaram de fingir que eram, sou eu! Meras coincidências da vida, que a Margarida Rebelo Pinto se, porventura, viesse ler o meu blog diria: "Não há coincidências, Isma!"
1 comentário:
Gostei de te ler, Isma! Por muitas coincidências que haja na vida, ou não, acabam por ser sempre inspiração para um texto bastante bom para se ler ;) Estás lá =PpP
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