quinta-feira, março 15, 2007

Cala-te. Pensa. Lembra-te.

Cala-te. Pensa. Lembra-te. Lembras-te? Eu lembro-me. Lembra-te daquele momento, aquele momento... Lembras-te? Eu lembro-me. A nossa cumplicidade, a cumplicidade inexplicável de dois quase desconhecidos, as nossas conversas como se já nos conhecessemos há muito tempo. Eu continuo a lembrar-me. "Porra! Como és bom!", foi o que eu pensei e, nesse instante, tenho a leve sensação que o meu sangue fervilhou e começou a entrar em ebulição. Depois provoquei-te. Sim, é verdade. Tenho culpa no cartório. Depois tu provocaste-me. Sim, é verdade. Também tens culpa no cartório. E eu continuei a provocar-te... E ainda hoje continuou a lembrar-me das nossas bocas e dos nossos nariz próximos um do outro, do meu nariz entupido pela constipação e do teu respirar junto a mim. E eu continuei a provocar-te. Deu resultado. Lembras-te? Eu lembro-me. Lembro-me até de quando me afastaste o cabelo dos olhos, enquanto olhavas para mim, e de depois me teres beijado. O mais simples gesto, o mais puro gesto. Lembras-te como eu me lembro?
Ainda estás a tempo, por isso tenta lembrar-te, pensa e cala-te.

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