Diário Matinal de 4ª feira

Acordo numa cama onde dos quartos ao lado vejo brotar uma luz esplendorosa que me diz que um novo dia já começou. Saio da cama com aquela ligeira sensação que o meu despertador do telemóvel não tocou e que eu estou atrasada. Ligo o telemóvel. São 7.20 da manhã. Boa Isma! A esta hora já devias de estar a caminho do Barreiro. Desço as escadas num ápice. Sim Isma! São mesmo 7.20 da manhã. Obrigo-me a pensar rápido, mesmo com a dor de cabeça e o peso desta que tenho e sinto. Arranjei uma desculpa, que é o mesmo que dizer que menti, coisa que não gosto muito de fazer, mas teve de ser. Melhor esta desculpa do que dizer que adormeci... Assunto resolvido, volto para a cama, volto para a almofada, minha eterna confidente desta noite quando andei às voltas sem conseguir adormecer. Se eu pudesse contaria o que me tem atormentado, mas não posso. Isso seria passar para aqui o que todos os dias relembro e agora não dá. "Se eu pudesse roubava o tempo do mundo e tinha feito cada momento durar mais do que um segundo." Whatever! Agora limito-me a ouvir os desabafos dum apaixonado que pelos vistos não é correspondido, que sente talvez o mesmo que eu senti quando ele me disse que o que tinha acontecido entre nós tinha sido um erro e que nunca deveria ter acontecido. Vida cómica esta hein?