sexta-feira, julho 06, 2007

Página de uma Folha

Tornou-se inútil e desnecessário falar de certas coisas, de certos momentos e de certas pessoas. E é nesta altura em que 1001 coisas urgem ao meu pensamento que menos me apetece escrever. Na folha pautada anterior faltou-me a conexão das palavras, faltou-me um ponto final, uma vírgula, um ponto de exclamação. A única coisa que tinha eram pontos de interrogação e reticências, numa estória que eu comecei com "Era uma vez" mas que não podia terminar com "E viveram felizes para sempre...". Perderam-se as esperanças, perderam-se as linhas pautadas que eu própria tinha esboçado e, acima de tudo, perdeu-se a vontade de escrever naquela folha. As nossas vidas são como um livro e, como em todos os livros, somos nós que temos de virar a página para continuar a ler a estória. Foi isso que me apeteceu fazer! Virei a folha no preciso momento em que li, no canto inferior direito, "V.S.F.F". Não hesitei. Estava no lado direito, no lado direito da minha vida, talvez,pensei eu, para que a minha vida se endireitasse...
Agora escrevo-te numa nova folha branca onde eu ainda não esboçei as linhas. Escrevo-te, com um querer que não transborda do poço, numa folha em que as palavras quase se atropelam, onde elas esperam ansiosamente o momento para serem escritas, passo a passo, letra a letra, palavra a palavra. Mas querer obrigar-me a escrever é pecado quando as coisas, os momentos e as pessoas ficaram na folha atrás...
Um beijo,
Isma

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