segunda-feira, setembro 03, 2007

E se hoje te dissesse que te enganei? Se te dissesse que te menti quando me perguntaste se eu sentia a tua falta, se eu pensava em ti, se eu alguma vez, nem que fossem 5 minutos, tinha aberto os olhos, à noite, de um sono profundo e pensado em ti. Se te dissesse que rasguei a carta que escrevi para ti a dizer que te amava, o que farias? O que farias se te dissesse que todos aqueles telefonemas que recebias sem ninguém dizer uma única palavra eram meus? E dizer-te que estavas certo, que eu nunca amei o homem com quem vivi, que ele foi a única escapatória que eu encontrei para não ter de me cruzar contigo num dos caminhos da minha vida. Porque eu pensava que tu não me amavas o suficiente, que não me amavas como eu te amava. Porque eu pensava que era mais uma, mais uma de uma lista infinita de mulheres que tinham caido nos braços, mais uma que tu irias facilmente trocar pelas tuas "amigas". E eu não queria sofrer. Aliás, eu tinha medo, pavor, pânico de voltar a sofrer outra vez e outra e outra vez. Estava errada e hoje sei-o. Desculpa-me mas foi a solução que encontrei. Passaram 2 anos e o nosso amor, Aquele, há muito que está morto. Vivem ainda e apenas na minha memória a lembrança de alguns momentos, daqueles que eu fiz questão de me ir lembrando e não esquecer. Vivem apenas estas memórias. E hoje, quando me beijaste nada significou. Senti o mesmo vazio na alma e no coração que sentia antes de te beijar, a mesma sede por não ter água que beber, a mesma dor que há muito percorre o meu corpo. E hoje, saber que as minhas palavras e os meus actos te fizeram chorar quando eu pensava que tu não choravas; e saber que, afinal, me amaste foi o pior que me pudeste dizer, pior ainda do que me dizeres que nunca me amaste.
Tu escolheste o teu caminho e eu escolhi o meu. As nossas vidas seguiram rumos diferentes, linhas que nós traçámos de maneira diferente, porque sempre fomos diferentes. Hoje, a única coisa que nos une é sabermos que, um dia, outrora, abrimos o nosso coração um para o outro. E se tivesse de resumir tudo numa palavra e dizê-la em dois segundos, dir-te-ia apenas Amei-te.

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