Nos dias que correm fala-se mais em divórcios do que em casamentos. Os casais separam-se muito mais do que casam e por isso ouvimos dizer que o casamento já não é para toda a vida. Salvam-nos as pessoas mais velhas que, para além de nos mostrarem que o casamento ainda é para toda a vida mostram-nos, também, a paciência que uma mulher tem de ter para aturar um homem durante 40 ou 50 anos.
- 'Filha, tu não cases! Os homens só dão chatices. Se eu soubesse o que sei hoje...'
É a fé que têm em que nós não nos iremos casar. É a sabedoria dos 60 ou dos 70 anos... Depois de terem namorado às escondidas, depois de terem estado enamoradas, depois de se terem casado, depois de terem tido filhos, depois de terem conseguido conciliar o trabalho com a lide doméstica, depois de já serem avós, depois de terem estado, os últimos 40 ou 50 anos, a cozinhar para os maridos para que eles tivessem o comer ao meio-dia em ponto. Graças a Deus que, hoje em dia, as filhas já não são tanto assim e as netas...bem! Essas muito menos o serão! É verdade que o casamento pode não ser para toda a vida mas é verdade também que ainda há pessoas que se casam. Irmos ao casamento da nossa amiga é reconhecermos a coragem que ela teve para se 'enforcar' ainda mais do que já andava enforcada. Vestidos de noiva, bolos de três e quatro andares com o casalinho no topo, as mesas de doces, de frutas, de entradas... as Quintas onde são as Bodas, as 1001 fotografias que se tiram, o bouquêt que é atirado e as roupas dos pais dos noivos e dos padrinhos e madrinhas! O casamento continua a ser um dia de alegria. Se a alegria se repercute nos anos seguintes, isso já são outras conversas.
O casamento dos outros faz-nos pensar em nós próprios. O momento do 'Pode beijar a noiva' em que olhamos, ou não, para o lado, para o nosso companheiro ou, então, para os outros casais que estão na igreja e que ainda são solteiros. Topa-se à distância, tal e qual momento do Grey's Anatomy season 5. O casamento faz-me pensar na fé dos Homens. Na fé das pessoas para as relações com o outro, para o compromisso. Faz-me pensar que aquelas pessoas ainda acreditam em amores para toda a vida, apesar de tudo, que ainda acreditam que a pessoa que têm ao lado delas é aquela com quem querem ter filhos e envelhecer. É a fé das relações, talvez a mesma fé que têm para com um Deus, para com alguém que sabem ser superior a eles. É a fé que os faz quererem ser abençoados. E a fé, e a fé move e moverá sempre montanhas!
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