FOI alí que te conheci. Alí, naquele pedaço da Lisboa que quase se debruça sobre o Tejo. Foi alí, onde sexo e drogas são um só que te vi pela primeira vez. Naquele momento em que, na escuridão nocturna cruzámos o olhar jurei ter visto uma luz. Foi a luz de qualquer estrela que reflectiu em ti. Ainda hoje não esqueço. Ainda hoje, não consigo esquecer aquele derradeiro momento em que, trocámos um olhar, a luz te encadeou e tu continuaste em frente. Naquele momento percebi que estaria a deixar escapar uma oportunidade e não pensei. Hoje, sei que não pensei quando aquelas palavras sairam do meu coração. E, aí vieste, voltaste para trás. Saíste do teu caminho e vieste ter comigo, vieste ao meu encontro.
GUARDO, na memória, como se ainda vivesse hoje, os momentos que trocámos palavras naquela rua do Bairro Alto. Eu já era tua depois de me teres dito Olá. Guardo aquele teu olhar que entra pela alma de quem olhas, sem pedir permissão, sem regras. Guardo, ainda hoje, o teu sorriso que, por momentos, faz-nos esquecer tudo o resto que está à nossa volta e nos faz pensar que descobrimos um outro prazer na vida. Tu tens este dom. Tens a capacidade de me fazer esquecer tudo o resto e ficar, apenas, absorta pelo teu olhar, pelo teu sorriso, pelas tuas palavras, pelos teus gestos e pelo teu corpo. Tens a capacidade de me fazer esquecer os meus problemas e de reavivar, entre as profundezas deste meu oceano, o amor que ainda posso sentir por alguém. Tu, tens a capacidade de me fazer sentir feliz.
QUANDO estou contigo nada mais importa para além de nós dois. Tudo o resto são meras coisas, meras coisas materiais. Quando estou contigo preciso de sentir o teu abraço, sentir que estás lá. Preciso dizer-te o quanto significas para mim, a importância que tens na minha vida e, que, sem ti já não sou a mesma pessoa. Quando estou contigo, percorre em mim esta vontade súbita de te pedir para não ires embora, não agora, não já. Dá-me esta vontade de te pedir para ficares comigo, mesmo com os teus defeitos que tu já os consideras feitios.
MAS, depois, depois tu simplesmente desapareces. E eu, eu continuo sempre cá... Até quando?
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