domingo, agosto 23, 2009

Não te compreendo. Não te compreendo quando me disseste que estavas a trair os teus sentimentos. Perguntás-me se te entendia, se percebia que era melhor pôr um ponto final agora do que mais tarde, mas não, eu não consigo entender. Não consigo compreender. E, por mais que tente, no meu pensamento e no meu coração, nas memórias que guardo de nós, lembro-me das tuas palavras, dos teus gestos. Lembro-me de ti e, não, ainda não consigo compreender, ainda não consigo perceber.

Vou ficar à espera que, como sempre desde o dia em que te conheci, arranjes um pedaço de tempo na tua agenda para mim para nos encontrarmos e falarmos. Sou-te sincera quando digo que me surpreendeste. Mais uma vez, depois de quase meio ano, conseguiste. Surpreendeste-me quando disseste que merecíamos os dois acabar o que existia entre nós numa conversa cara a cara, corpo a corpo. Também concordo. Ainda há muito para eu perceber, nem que para isso tenhas de me magoar mais do que eu já estou magoada. 'Eu sei o que estás a sentir' foi o que me disseste... Será que realmente sabes?

Ainda há muito para eu dizer porque, apesar das maravilhas da internet, ela não é fantástica o suficiente para te fazer compreender o quanto gosto de ti e o quanto mudaste a minha vida desde aquela noite de Outubro. Por isto, vou ficar à espera, à espera que arranjes um espaço para mim, uma espera que eu peço que não demore muito. Afinal, cada tempo tem as suas próprias palavras.

Ver-te, mais uma vez, nem que seja a última, é ter a certeza de que me fazes e farás falta. Ver-te, mais uma vez, é relembrar os momentos que passámos juntos e os quais eu nunca esqueci de viver, de os sentir intensamento e de os recordar, segundo a segundo, quando já não estávamos juntos. Eu sabia que qualquer uma daquelas vezes podia ser a última.

Se isto é um Adeus? Da minha parte nunca o será. É, ao invés desta palavra que eu sempre detestei, um Volto já ou um Até já. E agora? Agora não há lugar para arrependimentos. Aliás, não me arrependo de nada neste quase meio ano. Não me arrependo de ter olhado para ti mais do que uma vez, não me arrependo da nossa troca de olhares naquela noite, não me arrependo de te ter chamado para junto de mim. Não me arrependo de te ter conhecido e de termos ficado aqueles minutos a conversar. Nem sequer me arrependo de me ter de vir embora a seguir e de não estar vestida para matar. Não me arrependo de quando nos voltamos a encontrar em Dezembro, de quando fomos ao café. Não me arrependo de te ter permitido invadir a minha bolha actimel quando te sentaste junto a mim. Não me arrependo das mensagens que te mandei, nem daquelas que não cheguei a mandar (Acho que foram mais as que mandei do que aquelas que deixei por mandar!). De nós, não me arrependo dos gestos, das palavras, do toque. De um modo geral, não me arrependo de nada.
Antes de tu apareceres tinha-me arrependido de muita coisa no meu Passado, mas tinha aprendido com o erro. Não voltaria a cometer o mesmo erro duas vezes, não contigo.
Agora sei que tenho que viver, sobrevivendo. Parte de mim vai contigo e uma parte de ti fica comigo, disso tenho a certeza. O futuro, nenhum de nós o sabe. Talvez os nossos caminhos se encontrem outra vez, nem que seja noutra vida.

E, apesar de tudo, uma coisa é certa, as pessoas aparecem na nossa vida e saem dela por algum motivo. Porque razão apareceste, isso eu já sei.

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