Vem. Entra! (Esquece, já lá estás!)
Entra no Circo onde todos nós usamos máscaras, onde todos nós somos, ao mesmo tempo, o espectador e o espectáculo, os equilibristas, malabaristas, palhaços, dominadores de leões, mágicos, da nossa vida.
Somos as crianças com as suas fantasias, os seus sonhos e, ao mesmo tempo, somos os pais destas crianças que, muito provavelmente, já deixaram de sonhar e de fantasiar tanto como as crianças sonham e fantasiam, que muito provavelmente já se habituaram a uma rotina à qual as crianças não se habituam. Somos os adultos com o sentimento de responsabilidade. Somos as crianças que se deslumbram com o que vêem naquele círculo de areia, limitado por placas vermelhas. Somos os adultos que não se deslumbram com o que vêem, mas sim com o facto de as crianças ao lado se deslumbrarem.
Somos aqueles que, ao ver a nossa vida, temos duas atitudes: ou nos deslumbramos com ela e continuamos a sonhar, ou deixamos de nos deslumbrar e passamos a arrastarmo-nos nela.
Dentro do círculo de areia limitado por placas vermelhas, somos os equilibristas, malabaristas, palhaços, dominadores de leões, mágicos que usam maquilhagem. Somos os equilibristas que, em momentos da nossa vida, andam na corda-bamba, onde os espectadores pensam sempre na hipótese deles cairem. Somos malabaristas que, muitas vezes, brincam com os sentimentos de outros, que alimentam o facto de gostarem destes, que os deixam bem cá em cima, para depois, por vezes, os deixarem cair naquele círculo de areia pisado por todos. Esquecem-se que a queda dói. Somos os palhaços com a sua expressão vincada do sorriso e aos quais algumas crianças ainda acham graça. Dominamos os leões que aparecem na nossa vida e somos os mágicos que conseguem fazer com o que o sonho se torne realidade, que conseguem fazer com o que não faz parte da vida apareça quase que por milagre. Somos os mágicos que mostram que vale a pena continuar a fantasiar, a sonhar.
Somos todos estes neste círculo de areia, limitado por placas vermelhas, mas somos mais do que aparentamos, do que está por fora, do que os outros vêem. E talvez o que esteja por dentro só mesmo as crianças o consigam ver...
É assim a nossa vida, eterno circo, espectáculo que, quando chega o fim, a cortina se fecha.
Sejamos, assim, o espectáculo da nossa vida e não apenas meros espectadores! Let's try!
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