Hoje a frase da Margarida Rebelo Pinto no blog dela marcou-me...
'Vivemos o amor aos 20 anos com paixão e ingenuidade, aos 30 com paixão e vontade e aos 40 com mais vontade do que qualquer outra coisa'. Dos 30 e dos 40 anos não posso falar. Ainda lá não cheguei, mas posso falar dos 20 e mais 1 e uns quantos meses pelo qual já passei. O que a Margarida quer acabar por dizer é que, com o passar dos anos, acabamos por perder a ingenuidade que possamos ter quando estamos apaixonadas. Aquela ingenuidade que possamos ter está presente quando achamos tudo um máximo no período de encantamento. Gostamos dele porque ele é um máximo. Queremos estar com ele porque ele é um máximo. Os momentos com ele são um máximo e o sexo é um máximo. É tudo um máximo porque nunca estivemos tão maximizadas. Mentira! No início as relações são sempre todas um máximo. Ele é sempre um máximo até ao dia que vir que somos um dado adquirido. Aí, deixa de ser tão máximo. Os momentos com ele são um máximo até ao dia em que a rotina tomar conta da relação (isto porque as pessoas não entendem que Estar Apaixonado ou Numa Relação é uma profissão para toda a vida e, quando o dia-a-dia é mais forte que a vontade em inovar então aí, deixa de ser tudo tão máximo.) E o sexo? Esse pode ser o único que ainda resista à maximização porque é possível que seja o único que se torne cada vez mais um máximo.
Desde que nascemos até àquele dia em que dizemos que somos Adultos, que é aquele dia em que não dizemos, no início de uma relação, que é tudo um máximo, vamos perdendo a nossa ingenuidade. As crianças às vezes têm ingenuidade a mais. Os adolescentes variam dum estado de ingenuidade para um estado de total ausência dela. E os Adultos, esses já não a têm.
Aos 20, a Margarida diz que se vive o Amor com paixão e ingenuidade. Nos meus 21 vive-se o Amor com paixão. A ingenuidade já lá foi. Nem tudo é 'tudo um máximo'...A única coisa que é cada vez mais um máximo para alguém com 21 anos que vive cada dia e que ainda não tem medo de chegar aos 40 sozinha (sim! Porque a vontade que a Margarida fala que se tem aos 40 é a vontade de ter alguém para não se ficar sozinha!) é o Sexo! Sexo é a palavra de ordem deste milénio. Há cada vez menos homens e cada vez mais mulheres e as que existem vão ter, cada vez mais, de repartir os homens. Na realidade, eles não traem porque querem. Eles não são cabrões. A verdade é que existem tantas mulheres e tão poucos homens que nós, mulheres, acabamos por partilhar o nosso homem com umas quantas outras mulheres. Vendo bem, a isto chama-se Solidariedade Feminina. Do ponto de vista do homem, chama-se Aumento da Dignidade Masculina... Chegará o dia em que viveremos numa Aldeia Global, onde o homem vive numa casa no meio da Aldeia e nas várias casas em redor vivem as várias mulheres com os filhos desse homem. Cada vez mais nos aproximamos das influências culturais africanas... (Que os homens não digam que a Globalização não trás as suas vantagens!) E aí, com 40 anos ou mais, ainda acham que iremos viver o Amor com mais vontade do que qualquer outra coisa? Ou não quereremos nós procurar a ingenuidade da raça masculina,sentá-los no nosso colo e ouvi-los dizer que 'somos um máximo' ? Porque não sermos mulheres com passado que gostam de homens com futuro, como já dizia a Margarida?
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