E é também a sensação daqueles dedos a preencherem o nosso vazio ao mesmo tempo que nos contorcemos de prazer que nós, mulheres, guardamos. São os beijos na barriga, nas pernas e no pescoço que, mais tarde relembramos. É o momento e o tempo na bolha onde apenas existem dois corpos e uma alma. É um momento que parece maior que a eternidade do tempo, de um tempo que não tem tempo, que não tem segundos, que não tem minutos, que não tem horas, que se chama apenas tempo.
Fazer sexo é exactamente isto. É sentirmos que não temos órgãos e que o nosso sangue corre e fervilha dentro de nós por vários caminhos, sem qualquer rumo. É saber que nada mais existe para além daquelas duas pessoas, daquela cama, daqueles gemidos, daquelas respirações ofegantes e daquelas palavras. É sentir que não estamos sozinhas e que nos sentimos preenchidas. É não pensar, mas sim prazear seja por cima, por baixo ou de quatro. É poder, no fim, ouvir dizer que se morreu para a vida e abraçá-lo enquanto ele nos prende o braço e a mão nos braços e nas mãos dele, junto ao peito, e não nos deixa fugir.
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